21 de setembro de 2012

Zea mays - Milho

      "Seja qual for o método, o certo é que conseguiram criar [os Mesoamericanos] a primeira planta totalmente "fabricada" ou "engenheirada"  que o mundo já viu - tão completamente manipulada que agora depende de nós para sobreviver. Como os grãos de milho não se soltam espontaneamente da espiga, se não forem deliberadamente debulhados e plantados, o milho não pode se reproduzir. Se o homem não cuidasse dele continuamente há milhares de anos, o milho estaria extinto. Os inventores do milho não criaram apenas  um novo tipo de planta; criaram também - a partir do nada, realmente - um novo tipo de ecossistema que não existia em parte alguma do seu mundo. Na Mesopotâmia já havia pradarias naturais por toda a parte; portanto, o cultivo se resumia em transformar esses campos de grãos nativos em plantações manipuladas pelo homem, de qualidade superior. No entanto, nas regiões áridas da América Central as plantações naturais eram desconhecidas. Tiveram de ser criadas a partir do zero por gente que nunca vira tal coisa antes. Era como se alguém em pleno deserto imaginasse um deserto. 
      Hoje o milho é muito mais indispensável do que a maioria das pessoa imagina. O amido de milho é usado na fabricação de refrigerantes, gomas de mascar, sorvetes, manteiga de amendoim, cola para encadernar livros, ketchup, pintura de automóveis, formol, pólvora, inseticidas, desodorantes, sabonetes, batata frita, curativos cirúrgicos, esmaltes de unha, talco, molhos de salada e centenas de outras coisas. Citando Michael Pollan, parece que nós não domesticamos o milho; na verdade, foi o milho que nos domesticou."

Trecho do livro Em casa. Uma breve história da vida doméstica de Bill Bryson; 2010 pela Companhia das Letras. P. 55




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